Diversos são os caminhos de uma estrada repleta de curvas
donde obstáculos brotam como plantas do chão.
Atrocidades são vistas perante olhos cansados que se deixam
abater e não mais vislumbrar as belezas da vida.
Cada flor carrega um perfume e uma beleza exótica, assim é o
ser humano, assim são as ações belas que atordoam o mal, testando a verdadeira
essência humana.
Donde atos são muito mais que simples ações, e bons
sentimentos são o escudo que nos guardará contra as investidas malévolas e mesquinhas.
Os espinhos sempre estarão presentes, mas voltemos nossa
atenção como objetivo maior às flores, à beleza, inocência e o perfume que
trará o alívio às dores lacerantes, preenchendo de um torpor repleto de amor a
nossa alma.
Sejamos a inspiração às crianças e o apoio aos anciãos,
aprendendo juntamente com a inocência e a sabedoria. Ambos são ensinamentos
sublimes e necessários, pois nossa inocência foi perdida ante os inúmeros
desafios e nossa sabedoria é pequena ante os desafios que estarão presentes no
futuro.
Tenhamos a esperança da criança ao abrirmos nossos olhos a
cada manhã, e satisfação de havermos vivido um dia repleto de novas
experiências ao cerrá-los ao dormir.
Humildemente, conversemos com nosso criador, reflitamos em
tudo que fora feito e principalmente naquilo em que ainda será decidido, pois
certas ações jamais poderão ser desfeitas e suas consequências tanto podem ser
benéficas e evolutivas, como extremamente maléfica e destruidora de tudo o que
fora conquistado.
Lembremos que uma folha não cai sem que seja por desígnio e
vontade do Pai Celestial.
Reflitamos na estória a seguir.
Conta-se que, certa vez, dois irmãos que moravam em fazendas
vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira
grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo as
ferramentas e cuidando um do outro.
Durante anos eles percorreram uma estrada estreita e muito
comprida, que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem
atravessa-lo e desfrutar um da companhia do outro.
Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois se
amavam. Mas agora tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal
entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por
semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem na sua porta.
Ao abri-la notou um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.
Estou procurando trabalho - disse ele. Talvez você tenha um pequeno serviço que
eu possa executar.
- Sim! - disse o fazendeiro - Claro que tenho trabalho para
você. Veja aquela fazenda além do riacho. É do meu vizinho. Na realidade, meu
irmão mais novo.
- Nós brigamos e não posso mais suporta-lo. Vê aquela pilha
de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao
longo do rio para que eu não precise mais vê-lo.
Acho que entendo a situação - disse o carpinteiro.
Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente farei
um trabalho que lhe deixará satisfeito. Como precisava ir à cidade, o irmão
mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu.
O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia:
medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou sua obra. O
fazendeiro chegou da sua viagem e seus olhos não podiam acreditar no que viam.
Não havia qualquer cerca!
Em vez da cerca havia uma ponte que ligava as duas margens
do riacho. Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e
falou:
- Você foi muito atrevido construindo essa ponte após tudo
que lhe contei. No entanto, as surpresas não haviam terminado. Ao olhar
novamente para a ponte, viu seu irmão aproximando-se da outra margem, correndo
com os braços abertos.
Por um instante permaneceu imóvel de seu lado do rio. Mas,
de repente, num só impulso, correu na direção do outro e abraçaram-se chorando
no meio da ponte.
O carpinteiro estava partindo com sua caixa de ferramentas
quando o irmão que o contratou pediu-lhe emocionado:
- Espere! fique conosco mais alguns dias.
E o carpinteiro
respondeu:
-Eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas outras
pontes para construir.
E você, está precisando de um carpinteiro ou é capaz de
construir sua própria ponte para se aproximar daqueles com os quais rompeu
contato?
Há uma razão muito especial para elas fazerem parte do seu
círculo de relação. Por isso, não busque isolar-se construindo cercas que
separam e infelicitam os seres.
Construa pontes e busque caminhar na direção daqueles que,
porventura, estejam distanciados de você. E se a ponte da relação está um pouco
frágil, ou balançando por causa dos ventos da discórdia, fortaleça-a com os
laços do entendimento e da verdadeira amizade. Agindo assim, você suprirá suas
carências afetivas e encontrará a paz íntima que tanto deseja.
Sejamos como o carpinteiro da estória, um grande abraço e
que Deus nos abençoe.
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